COMO ESCREVER UM LIVRO?

Quando colocamos palavra seguida de palavra, no fim de muitas páginas, temos um livro. Será que é isso mesmo? É assim que se escreve um livro?

A verdade é que a maioria dos escritores não se imagina como escritor até que a sua história esteja finalizada. E eu posso dizer isso com a propriedade de quem escreveu 10 livros, enquanto os filhos corriam pela casa.

“Imagina… eu escritora? Que isso. Só escrevo por escrever.”

Esse foi meu mantra por muito tempo. E se é o seu também, vou te ajudar a passar para o próximo nível, explicando como escrever um livro interessante para o mercado, ou seja, um livro que as pessoas querem comprar.

Como escrever um livro em 6 etapas

1.  Insight, ou a tal clareza súbita que aqui usaremos como ideia

Fique atento àquele start sobre um acontecimento que pode se transformar em uma história. Anote tudo que lhe vier à mente, como quem trabalha freneticamente um brainstorming.

Não se limite, apenas deixe a inspiração fluir. Pense nas possibilidades, ações que podem ser utilizadas para desenrolar a trama, onde e como tudo acontece, mas não se esqueça do tempo e espaço (a história vai acontecer na Terra ou fora dela, no ano de 2022 ou 1822?)

2. Organização

Releia seu brainstorming, que no futuro você vai entender como a primeira versão da sua escaleta.

Separe as ideias centrais e que realmente fazem sentido de acordo com o enredo na sua cabeça. Caso ainda não tenha definido, estabeleça os personagens que viverão a trama e qual será o conflito.

Pense no conflito em duas etapas

Primeiro: o conflito interno do protagonista, encarando aquela questão.

Segundo: o conflito da trama, caso ele recuse encarar o problema.

Detalhe tudo que conseguir e, se possível, imaginando o que você deseja que seja apresentado no começo da história, depois no meio e no final. Faça isso mesmo que não saiba ainda como chegar lá. Só deixe as anotações fluírem, pontuando sempre às suas intenções.

3.  Dedique um tempo ao gênero

Qual seu gênero de escrita preferido e como acha que essa ideia vai se encaixar nesse gênero? Elimine o que for clichê e substitua por novos acontecimentos, crie diferenciais e situações que serão únicas para a sua história.

Se for romântica, faça o seu leitor se apaixonar, se for um terror, faça que ele tenha medo de verdade, se for fantasia, que a travessia do véu seja plena e, se for sci-fi, que o tempo todo seu leitor pense na possibilidade daquilo acontecer realmente.

4. Público e linguagem

Chegou o momento de definir para quem você está escrevendo o seu livro. Faixa etária, hábitos de leituras, interesses, que tipo de conflito de vida esses leitores estão experimentando nessa idade, temas polêmicos que eles gostariam de ler… Apenas tome cuidado para não romantizar ações inadmissíveis de alguns personagens. Seja fiel à linguagem do seu público!

Por exemplo: gírias adolescentes dos anos 2000 são diferentes de gírias adolescentes daqueles que passaram pela quarentena. Os pais de pets são reais, a representatividade é fundamental, as redes sociais são ativas e a conexão do mundo está cada vez mais estreita, por isso preste atenção no que é importante para o seu público hoje.

5. O que está em jogo na sua história é a chave de tudo!

O leitor compra o livro justamente para entender como foi resolvido aquilo que estava em jogo desde o começo, desde a sinopse quando ele foi apresentado a trama.

Uma boa história jamais “esquece”  o que está em jogo, do começo ao fim.

6. Tipo de final

Um final iluminado, cinzento ou é o leitor quem decide?

É possível fazer um artigo apenas com esse tema e um dia o farei, mas por hora vale comentar um ponto muito importante quando se trata de finais:

O final que mais gera conexão com o leitor e o faz se manter ansioso pelo seu próximo livro é aquele que conversa com o gênero proposto. Reflita sobre isso!

Trabalhe minuciosamente em cada etapa do seu livro e eu te garanto que quando tiver cada uma das respostas, seu livro estará escrito e será arrebatador para o seu público.